sexta-feira, 23 de maio de 2014

Programa Ufal em Defesa da Vida denuncia o tráfico de pessoas em Alagoas e no Brasil


O 14º Ato do Programa Ufal em Defesa da Vida foi aberto na manhã desta quinta-feira, 22, no auditório da Reitoria. A programação foi iniciada com a peça teatral "Avançar para uma sociedade mais justa", da comunidade Católica Shalom. "A peça conta a história de uma sociedade que está morrendo, perde espaço para o ser humano e não enxerga isso. É então que chega a Verdade e leva as pessoas a tatear e ir descobrindo, aos poucos, novos horizontes", explicou Erik Bispo, integrante do grupo que se reúne todas as segundas-feiras, às 12 h, no Bloco 13, sala 205.

Em seguida, foi formada a mesa de abertura, com a participação do reitor Eurico Lôbo, Dom Antônio Muniz, Arcebispo de Maceió, Flávio Gomes da Costa, promotor de Justiça, Sueli Cavalcanti, representando a Secretaria Estadual de Educação, e Henrique Cahet, representando a Adufal. Eurico Lôbo cumprimentou os integrantes da mesa e o auditório lotado e reafirmou o compromisso da universidade em combater todas as formas de exploração humana. "Nós podemos nos considerar privilegiados só pelo fato de termos acesso ao ensino superior em um estado que ainda mantem altos índices de analfabetismo, por isso, temos o dever de sermos elementos de transformação, disseminando a cultura do bem", destacou o reitor.

Dom Antônio Muniz, arcebispo de Maceió, agradeceu o apoio da Ufal ao abraçar o tema da Campanha da Fraternidade 2014 - Fraternidade e Tráfico Humano - lembrando a Carta de São Paulo aos Gálatas “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. O líder religioso ressaltou a importância de toda a sociedade firmar o compromisso de combater toda forma de violência. "Estamos aqui para exprimir esse grito pela vida e a participação da universidade é fundamental", destacou o arcebispo.

Migração e Tráfico Humano
Depois da abertura iniciou-se a primeira mesa redonda, que foi mediada pela professora Elaine Pimentel Costa, da Faculdade de Direito. Participaram desse debate: Thaisa Costa, assistente social, que foi integrante do extinto Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas em Alagoas; Dom Antônio Muniz, arcebispo de Maceió, e Alinne Pedra Jorge Birol, doutora em Criminologia e coordenadora nacional do Setor de Combate ao Tráfico de pessoas do International Centre for Migration Police Development (ICMPD).

Alinne Pedra apresentou dados da organização que representa e explicou as formas de tráfico humano detectadas pelo projeto no Brasil e no Mundo. O Centro Internacional para o Desenvolvimento das Políticas Migratórias (ICMPD), foi fundado em 1993, pela Áustria e pela Suíça, para levantar dados sobre a migração na Europa, mas já desenvolve projetos em outros países.

No Brasil, está o projeto "Migrações Transfronteiriças: fortalecimento da capacidade do Governo Federal brasileiro para gerir os fluxos migratórios". O trabalho visa levantar dados sobre os fluxos migratórios nas fronteiras do país e subsidiar o governo sobre as políticas de assistência e a necessidade de combater formas de exploração humana. A organização internacional atua em parceria com o Conselho Nacional de Imigração, do Ministério do Trabalho e Emprego, e Ministério da Justiça.

Segundo a coordenadora nacional, que foi aluna do curso de Direito da Ufal, a Campanha da Fraternidade contribuiu para chamar a atenção da sociedade para o tema. "Depois que a Igreja escolheu esse tema, temos sido convidados para participar de palestras nas escolas e em outros setores. Nós atuamos em 11 estados brasileiros, levantando informações sobre fluxo migratório e o tráfico humano, que muitas vezes estão intimamente relacionados", informou Alinne Pedra.

A palestrante chamou ainda a atenção para as modalidades de tráfico, como: exploração laboral, extração de órgãos, exploração sexual, adoção ilegal e mendicância. "A sociedade precisa ser informada para ajudar no combater à essas formas cruéis de exploração. Todos podemos fazer alguma coisa, nem que seja deixar de consumir produtos de grifes famosas, mas que utilizam o trabalho escravo. Por exemplo, as lojas Zara e Gregory são algumas das marcas denunciadas por utilizar trabalho escravo", denunciou a palestrante.

Fonte: Arquidiocese de Maceió

Nenhum comentário: