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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Padre Responde - A Crisma é um Sacramento Encontrado nas Sagradas Escrituras?


Pergunta: Padre, onde é na bíblia que fala em crisma? Não iluda quem não conhece a verdade, instrua-os que leiam as escrituras, principalmente Isaías. E Apocalipse 22:19 diz: E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.

Caríssimo leitor que não se identificou, a resposta a sua pergunta é simples. Veja se na sua Bíblia há esta passagem:

At 8, 4-20.

4. Os que se haviam dispersado iam por toda parte, anunciando a palavra (de Deus).
5. Assim Filipe desceu à cidade de Samaria, pregando-lhes Cristo.
6. A multidão estava atenta ao que Filipe lhe dizia, escutando-o unanimemente e presenciando os prodígios que fazia.
7. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam, levantando grandes brados. Igualmente foram curados muitos paralíticos e coxos.
8. Por esse motivo, naquela cidade reinava grande alegria.
9. Ora, havia ali um homem, por nome Simão, que exercia magia na cidade, maravilhando o povo de Samaria, e fazia-se passar por um grande personagem.
10. Todos lhe davam ouvidos, do menor até o maior, comentando: Este homem é o poder de Deus, chamado o Grande.
11. Eles o atendiam, porque por muito tempo os havia deslumbrado com as suas artes mágicas.
12. Mas, depois que acreditaram em Filipe, que lhes anunciava o Reino de Deus e o nome de Jesus Cristo, homens e mulheres pediam o batismo.
13. Simão também acreditou e foi batizado. Ele não abandonava Filipe, admirando, estupefato, os grandes milagres e prodígios que eram feitos.
14. Os apóstolos que se achavam em Jerusalém, tendo ouvido que a Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João.
15. Estes, assim que chegaram, fizeram oração pelos novos fiéis, a fim de receberem o Espírito Santo,
16. visto que não havia descido ainda sobre nenhum deles, mas tinham sido somente batizados em nome do Senhor Jesus.
17. Então os dois apóstolos lhes impuseram as mãos e receberam o Espírito Santo.
18. Quando Simão viu que se dava o Espírito Santo por meio da imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo:
19. Dai-me também este poder, para que todo aquele a quem impuser as mãos receba o Espírito Santo.
20. Pedro respondeu: Maldito seja o teu dinheiro e tu também, se julgas poder comprar o dom de Deus com dinheiro!

A Crisma ou confirmação é um dos sacramentos de iniciação cristã. Neste sacramento, os batizados avançam no caminho da iniciação cristã, ficam enriquecidos com o dom do Espírito Santo e vinculados mais perfeitamente à Igreja. Este sacramento os fortalece e obriga com maior força a que, por palavras e obras, sejam testemunhas de Cristo, propaguem a fé e a defendam.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Padre Responde - A Bíblia Pode Comprovar a Veracidade da Intercessão dos Santos?


Padre, essa passagens que você citou no antigo testamento são tipificações de Cristo, e em Lucas não há nenhum intercessor. Mas podemos interceder, nós que estamos VIVOS em oração. A questão é fazer petições a mortos. No livro de Salmos cap. 115 nos diz: Os mortos não louvam ao Senhor nem os que descem ao silêncio. Se um morto não pode louvar a Deus muito menos poderá interceder. Jesus quando ensinou a oração modelo, ele deixa bem claro que antes de fazermos qualquer petição, devemos louvar a Deus. Exemplo: Pai nosso que estás nos céus santificado seja o seu nome assim na terra como no céu. Note que há primeiramente a necessidade de louvar a Deus. O Salmista nos diz que os mortos não louvam a Deus. Salmos cap. 6 versos 5 nos diz: Porque na morte não há lembrança de ti; no sepulcro quem te louvará? Mais uma vez vemos que é impossível que uma pessoa que já partiu desta vida para o além, mesmo nos séculos passados possa vir a rogar por mim ou por você.


Caríssimo leitor que não quis se identificar, pelo que entendi, você contesta a resposta que colocamos para a questão sobre a INTERCESSÃO DOS SANTOS (Qual o papel dos santos?). É estranho que você não tenha conseguido ver na atitude dos amigos do paralítico, no cap. 5 de Lucas, uma intercessão, mesmo com a expressão de Jesus se referindo à fé deles. Quer dizer que se há uma pessoa fazendo uma conferência e alguém coloca um copo de água diante dele, sem dizer nada, este conferencista não deve entender como se ele estivesse sugerindo a ele de refrescar a garganta? Com um pouquinho de esforço, a inteligência pode entender que o gesto dos amigos ao colocarem o paralítico diante de Jesus indicava uma súplica para que o Senhor o curasse; algo que se confirma com as palavras de Jesus depois. Mas, se você acha que os textos que apresentei foram poucos, sugiro que verifique também estes:

Jo 2, 1-12: Em Caná, Jesus atendeu a intercessão de Maria em favor de uma família.

Mt 15, 21-28: O Senhor atende a intercessão da Cananéia em favor de sua filha.

Lc 7,7: O Senhor atende a intercessão em favor de um empregado do centurião romano.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Padre Responde - Não Cumprir uma Promessa é Pecado?


Pergunta: Boa tarde! Sr Pe. sou Católica devota de Nossa Senhora e de São Jorge, fiz uma promessa em 04/07 de passar 6 meses sem comer chocolate, mas tá muito difícil pra mim. Gostaria de saber se tem algum problema se eu quebrar essa promessa que fiz a Deus!



Caríssimos leitores,

A questão que foi apresentada se refere à virtude da religião, virtude essa que nos inclina a dar a Deus o culto devido como o princípio primeiro de todas as coisas. É uma virtude muito importante porque o seu objeto consiste no culto a Deus.

Os atos da virtude da religião são internos e externos.

Os atos internos são: a devoção e a oração.

Os atos externos principais são: a adoração, o sacrifício e os votos (a pergunta apresentada toca exatamente este ponto).

A DEVOÇÃO - consiste na prontidão da vontade em dar-se às coisas que se referem ao serviço de Deus, por isto aqueles que, de algum modo, se dedicam a Deus e permanecem completamente sujeitos a Ele são chamados devotos. A característica essencial da devoção é a prontidão de vontade sempre disposta a dar-se às coisas que se referem ao serviço de Deus.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Padre Responde - A Data do Nascimento de Jesus

Pergunta: Padre Cícero, gostaria de ouvir uma explicação do porquê comemoramos a data de nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro?

Caríssimos leitores, 

Depois de um tempo de pausa na publicação das respostas às questões a nós enviadas, motivado por outras atividades que tive que exercer neste período, agora retornamos com nossas publicações. Temos várias questões que nos foram enviadas; pedimos paciência, pois aos poucos continuaremos publicando as respostas. 

A questão que hoje tocamos tem a ver com este tempo litúrgico que estamos celebrando (advento e natal). 


No dia 25 de dezembro, a liturgia da Igreja celebra o Mistério do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. No credo é mencionado na afirmação “por nós homens e para nossa salvação desceu dos Céus. E se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”. Cremos que Aquele que existe eternamente, antes do tempo, e que é da mesma natureza do Pai, na plenitude dos tempos se dignou a vir nos visitar, se fez um de nós. Veio até nós para que pudéssemos ir até Deus. Para que o homem pudesse reencontrar o caminho que nos conduz a Deus. Este acontecimento se deu há aproximadamente dois mil anos. 

A Igreja conhece o período histórico em que este fato aconteceu; portanto, o mistério do nascimento de Cristo, da encarnação do Filho de Deus, não é um mito, um evento que não se realiza na história. A nossa fé não se apoia em mitos. O próprio credo faz referência ao período do governo de Pôncio Pilatos, dado este que ajuda a precisar o período histórico. Há também autores pagãos (Tácito, Suetônio, Plínio) e um judeu (Flávio José), todos eles historiadores representantes daquele período da história, que fazem referência à morte de Cristo e ao grupo iniciado por ele que ainda continuava existindo mesmo com a morte de seu fundador e com a perseguição que o império romano fazia a ele. 

domingo, 30 de setembro de 2012

Padre Responde - Qual o Papel dos Santos?


Pergunta: Sou da religião católica e frequentemente sou abordado com perguntas relacionadas aos santos católicos, inclusive fazendo menção de que segundo a Bíblia, não podemos utilizar Santos para a intercessão de uma causa. "Eu sou o caminho, a verdade e a vida NINGUEM pode chegar até o PAI a não ser por mim" (João 14:6)

Poderia me explicar essa passagem?


Caríssimo,

Antes de responder a sua pergunta, me permita de agradecer aos nossos leitores pela quantidade de questões que estão sendo enviadas, todas elas sempre muito interessantes. Desculpem se não respondo imediatamente, isso por causa das atividades que assumo na Igreja. Peço a todos um pouco de paciência, pois aos poucos iremos apresentando as respostas às perguntas enviadas.

A sua pergunta toca a questão da intercessão dos santos. Primeiro devemos afirmar que somente Jesus Cristo é o único Mediador entre o céu e a terra. Não há outro. Repare que o artigo aparece na forma definida (Ele é “O” caminho) e não na indefinida (“um” caminho entre outros).

Porém, não há dificuldade em recorrer à intercessão dos santos. Por diversas razões:

a) Razão histórica – é uma prática dos cristãos desde as origens, e ainda o é. Nas catacumbas (cemitérios subterrâneos usados pelos cristãos) encontramos nos túmulos inscrições em que se pede a intercessão a Deus daqueles que visitam os túmulos.

b) Razão bíblica – O Antigo Testamento está cheio de figuras que assumem a função de mediação, que intercedem a Deus pelo povo; cito somente alguns textos em que é Moisés que assume a função de intercessor: Ex 5, 22ss.32,11ss; Dt 9, 7ss. No Novo Testamento, encontramos também muitos episódios. No capítulo 5 de Lucas, encontramos o episódio do paralítico que foi levado até Jesus por alguns amigos. No versículo 20 o texto diz que Jesus, “vendo a fé daqueles que conduziram o paralítico”, o curou. Repare que o favor foi concedido por causa da fé dos amigos.  Em At 5, 15ss vemos que o povo colocava os doentes na rua para que pelo menos a sombra de Pedro ao passar encobrisse estes enfermos. Isso sem falar de outros episódios.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Padre Responde - A Doação de Órgãos



Pergunta: Gostaria de saber a opinião da Igreja Católica sobre a doação de órgãos após a morte.


Caríssimo leitor,

A esta questão que você coloca, que considero de muita importância para que os cristãos saibam, o ENSINAMENTO da nossa Mãe, a Igreja, é o seguinte: o Catecismo da Igreja Católica no número 2296 diz: “A doação de órgãos após a morte é um ato nobre e meritório e deve ser encorajado como uma manifestação de generosa solidariedade. Mas não é moralmente aceitável se o doador ou os seus representantes lhe não tiverem dado o seu consentimento expresso”. Também no número 2301 se diz: “O dom gratuito de órgãos depois da morte é legítimo e até pode ser meritório”.

Para que os órgãos sejam retirados de um cadáver são colocadas estas condições éticas:

- Que uma equipe médica tenha realizado um diagnóstico certo de que houve realmente a morte.
- Que os restos mortais sejam tratados com o devido respeito.
- Que tenha havido o consentimento prévio do sujeito ou de seus representantes.

O Catecismo recomenda que os cristãos tenham a disponibilidade para doarem seus órgãos se assim for possível após a morte. Isso, portanto, deve ser algo que deve ser conhecido pelos seus familiares.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Padre Responde - Os gestos na Santa Missa



Pergunta: Gostaria de saber porque quando os acólitos ou o padre passam pelo altar mesmo de costas para o sacrário eles fazem aquele gesto de inclinar a cabeça em direção ao altar e não em direção ao sacrário.

Pergunta: Padre, Paz e bem!
No meu Catecismo, ainda em criança, eu aprendi que devemos reverenciar sempre a Santíssima Trindade sempre que ela for pronunciada em qualquer momento da Santa Missa ou fora Dela com gestos do tipo: ajoelhar-se ou ao menos abaixar a cabeça; aprendi também que se nós estamos na Missa e o Sacrário for aberto nós também devemos reverenciá-lo com esses mesmos gestos; e ainda que se possível tenhamos as mãos justas em todas as orações ditas durante a Santa Missa, salvo naquelas em devemos receber as graças pedidas ao Pai pelo nosso pároco. Isso foi o que aprendi. Minha pergunta é: esses atos de reverência são inapropriados aos leigos? Essas reverências só os Ministros Ordinários ou os Extraordinários podem fazê-las?
Essas minhas dúvidas se referem ao fato de observar que pouco ou quase ninguém o faz e que se por acaso eu estiver fazendo algo inapropriado quero ser corrigida. Obrigada pelos futuros esclarecimentos.

Caríssimo leitor,

Como estas duas perguntas parecem tratar de questões semelhantes, as colocamos juntas e daremos a elas uma só resposta. Sobre os gestos e atitudes corporais, a Introdução Geral ao Missal Romano diz que visam conseguir que toda a celebração brilhe pela beleza e nobre simplicidade.

Estes gestos devem ser expressão de que há uma verdadeira compreensão de cada parte da celebração; são expressão dos sentimentos e atitude interior dos presentes e, ao mesmo tempo, devem favorecer também os sentimentos e atitudes interiores. Eles devem também facilitar a participação de todos.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Padre Responde - "Por que Deus não me dá o que peço?"


Pergunta: Seguinte Padre, se você tiver a resposta para este comentário eu te agradeço: fumo cigarros comuns, não bebo álcool e não uso drogas e nunca fui bêbado ou drogado. Tenho 36 anos, sou professor formado... Acredito em Deus e sei que Ele existe. Vou te resumir no máximo: meus pais são separados há mais de 20 anos e ainda se odeiam, eles não são e não foram bons pais. Meu casamento também acabou mal. Nos separamos numa boa, sem brigas, mas foi triste e não deu certo. Nunca ganhei nada na vida. As coisas ruins são comuns acontecerem comigo e o que mais me revoltou foi que quando eu tentei rezar, que foram duas vezes por um bom tempo, foi bem nesse momento que as coisas muito ruins me aconteceram. Deixei de ter fé em Deus, acredito Nele, não vou desafiar Ele nunca na minha vida. De tudo que eu pedi pra Deus nada ele me deu, na verdade tirou. Antes quando eu não rezava não aconteciam coisas boas comigo, só coisas ruins, e depois que resolvi ter fé e rezar bastante as coisas ruins aumentaram muito. É de não acreditar, mas as duas vezes que tentei me aproximar de Deus, as coisas na minha vida só pioraram. Então, para parar de acontecer essas coisas, eu parei de rezar... Tenho medo até de contar isso e Deus me castigar com uma doença... Mas é o que eu passei e estou passando há 36 anos... Não sou santo não, já fiz muita coisa errada na minha vida, mas fiz também muitas coisas certas. Nunca matei e nem roubei, sou muito honesto... Sou assim: depois de 36 anos e estar deste jeito.. Tá difícil de viver... Já fiquei doente por alguns anos. Me falaram assim: Deus está te testando e daí eu te pergunto, Padre: Por que Deus está me testando se Ele sabe que sou fraco, que não tenho mais forças para suportar tantas coisas erradas que acontecem na minha vida? Ele sabe que não tenho forças para enfrentar tudo isso... Acabou meu casamento, meus pais são horríveis, estou desempregado e não tenho a mínima força e vontade de trabalhar e dar a volta por cima... Em depressão não estou mais... Por que Deus nunca me deu nada que eu pedi a Ele? Eu não pedi o mundo, não pedi mansão, não pedi Ferrari, não pedi poder político ou financeiro. Eu pedi algumas coisinhas baratas para Ele e caríssimas para mim. Eu só levo na cabeça em tudo que tentei fazer nesta vida. Quando faço alguma coisa errada hoje é por revolta. Assim: como nada dá certo na minha vida, quando acontece alguma coisa boa eu já me preparo porque sempre vem outra muito ruim em seguida. Se eu sempre acreditei Nele, por que Ele me fez perder a fé Nele? Acho que Ele não vai com a minha cara. Às vezes penso que se eu tivesse virado bandido teria sido melhor. Se eu ganho alguma coisa pode contar que ela vem estragada. É sempre assim. Padre, não estou pedindo sua ajuda porque ninguém e nada nesse mundo vai conseguir me ajudar, Deus já me mostrou isso: eu gostaria de uma resposta do porquê que as coisas são assim comigo. Sei que você tem um bom estudo sobre isso, se tiver a resposta eu te agradeço.
          

Caríssimo, lamento muito pelo que você me fala em seu comentário. Gostaria de atender suas expectativas materiais, mas não tenho este poder, não tenho a “porta da esperança” (acho que você lembra este antigo programa televisivo), nem muito menos uma varinha mágica para realizar sonhos como nos contos de fadas. Alguém talvez dissesse a você: “Você está precisando de uma ‘sessão de descarrego’!”; mas graças a Deus você parece não ter procurado estes ambientes. Apesar das dificuldades, você não me parece suficientemente tolo para recorrer a estes artifícios dos espertos que criam empresas fantasiadas de igrejas, lançando um produto novo a cada mês para retirar dinheiro dos ingênuos.

sábado, 4 de agosto de 2012

Padre Responde - A fé e a existência de Deus

Pergunta: Boa noite Padre Cícero. Bom a minha dúvida não é propriamente sobre a igreja, mas sim, sobre fé. Fui batizada na igreja católica, minha mãe é muito religiosa e sempre me ensinou os valores da igreja, porém de uns meses prá cá, venho perdendo a minha fé, tantas coisas ruins aconteceram na minha vida, quando ligo a TV e vejo a violência e os valores das pessoas hoje em dia, me entristeço muito e sempre me questiono sobre a real existência de Deus, eu rezo muito Padre, peço que Deus me dê um sinal de sua existência, qualquer que seja ele, mas não encontro absolutamente nada. Porém, Padre, eu não quero e nunca quis ser Ateu, não gosto nem de pensar nisso, acho muito triste e vazia a vida de alguém que não acredita em nada e eu quero acreditar, quero muito, o Senhor não imagina o quanto eu me sinto angustiada com essa situação, choro todos os dias...me ajude padre, conforte o meu coração e me diga como posso aumentar a minha fé? Agradeço desde já.


Resposta: Caríssimo leitor,

Em certo sentido é edificante a sua santa preocupação. A primeira questão que você apresenta é que Deus parece ser o responsável pela existência do mal ou da perda de valores no mundo atual. De fato, o mal é algo que projeta uma sombra na imagem de Deus e faz com que muitos se afastem dEle. A nossa fé, porém, nos diz que Deus, que é o princípio de tudo que existe, é bom, ou melhor, é a própria Bondade. Tudo que Ele criou carrega traços desta bondade. A única coisa que não foi criada por Deus foi o mal. Este não pode proceder de Deus. Como, então, entendemos a existência do mal, visto que tudo tem origem em Deus? Repare bem, o mal é ausência do bem; ele surge exatamente quando o bem não se faz presente. Daí concluímos que a ausência do bem no mundo de hoje é porque o coração das pessoas se afastou de Deus. Quando falta a luz, a escuridão se faz presente. Por isso, não podemos responsabilizar Deus pelo mau que existe hoje no mundo. Se o mal existe é exatamente porque as pessoas se afastaram de Deus e o colocaram fora de suas vidas. Observe, por exemplo, a tentativa de alguns de retirar os símbolos religiosos dos lugares públicos... o que isto poderá trazer como consequência para o futuro de nossa nação?  O querer atribuir a Deus a responsabilidade pelo mal é consequência exatamente do pecado. Recorde o que disse Adão a Deus depois que decidiu pelo pecado: “Foi a mulher que o Senhor me deu que me fez pecar!” (Gn 3, 12); em outras palavras, Adão está dizendo: “Ora, se foi o Senhor que me deu esta mulher que me fez pecar, então é o Senhor o culpado pelo meu pecado!”.  A seguir, coloco um texto que me enviaram pelo e-mail e que ilustra um pouco isso que estou dizendo; em seguida, continuarei com o comentário sobre a sua pergunta:

“Foi feita a seguinte pergunta a uma jovem norte-americana: Por que Deus permitiu que acontecesse uma tragédia como aquela no dia 11 de setembro?

Resposta: Eu creio que Deus está profundamente triste; eu também. Mas, há muitos anos dissemos a Ele que saísse das nossas escolas, do nosso governo, das nossas vidas. Sendo Ele uma pessoa gentil, certamente saiu com calma. Como podemos esperar que Deus todos os dias nos dê a sua bênção e a sua proteção se dissemos para Ele: ‘Deixe-nos em paz!’ Considerando todos esses acontecimentos recentes... ataques terroristas nas escolas, ... penso que tudo tenha começado quando há 5 anos uma mulher obteve que não fosse mais permitido que se fizesse nenhuma oração nas escolas norte-americanas e dissemos OK! Depois, alguém disse: ‘é melhor não ler a Bíblia nas escolas...’ (a mesma Bíblia que diz “não matarás, não roubarás, ama o teu próximo como a ti mesmo”). E nós dissemos OK! Depois alguém disse que não deveríamos impedir os nossos filhos que se comportem mal porque podemos causar danos à personalidade deles. Dissemos: é um expert quem está falando, portanto OK! Depois alguém disse que não seria oportuno que os professores punissem os nossos filhos quando se comportassem mal, e dissemos OK! Depois alguém disse: o presépio não deve ofender às minorias, assim colocaram no lugar de Maria e de José a Spice girl  e Batmam. E dissemos também OK! Agora nos perguntamos: como pode os nossos filhos não terem mais consciência e não saberem distinguir o que é justo do que é errado. Se observamos bem, estamos colhendo o que semeamos’.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Padre Responde - O Domínio da Afetvidade


Pergunta do Internauta: Padre gostei muito da sua reflexão sobre a masturbação; estou trabalhando com uma jovem que vive o mesmo dilema, ela fica pensando sempre em sexo. Quando tem alguém que ela gosta, o seu desejo sexual aumenta, sempre que ela se masturba se sente inferior às pessoas e não consegue se relacionar bem como amiga. Como devo aconselhá-la? Ela é muito ansiosa...

Caríssimo leitor,

Fico feliz em saber que o conteúdo oferecido tem ajudado no discernimento de certas situações. Na pergunta que você apresenta, já é acenado para um fator que deve ser bem trabalhado na vida de pessoas que possuem esta dificuldade quanto ao governo de sua afetividade: a sadia ocupação.

Apresento a seguir algumas sugestões:

1 – A amizade com Cristo – que deve se traduzir, primeiramente, na Comunhão Eucarística semanal; elemento que supõe também a confissão sacramental. Depois também, na leitura da Sagrada Escritura, na oração...

2 – Sadias ocupações: trabalho, estudo...

3 – Leituras – recomendo a literatura dos santos.

4 – Cultivar boas amizades, inclusive com pessoas experimentadas na fé.

5 – Lazer sadio. Aqui recomendo que a pessoa descubra uma atividade que para ela possa ser prazerosa (desenho, pintura, música, dança, jardinagem...).

6 – Por último: levá-la a uma grande confiança em Cristo. “Para Deus, nada é impossível”.

Eliminamos a escuridão quando nos aproximamos da luz.

Padre Cícero Lenisvaldo Miranda

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Padre Responde - A Fé Católica

Pergunta do internauta: Padre, parabéns pelo portal. A respeito da fé, no documento que o Papa escreveu ele nos fala sobre a crise da fé, onde as pessoas estão perdendo o sentido do sagrado, não estão acreditando em nada mais porque é católico, depois é protestante, depois espírita e ainda quer convencer as outras pessoas a irem também pelo mesmo caminho. Como deve ser a minha posição diante dessas pessoas e quais palavras usar?

Caríssimo leitor, 

A fé que professamos é a fé dos Apóstolos, é a fé que a Igreja recebeu de Cristo por meio dos Apóstolos e que conservou íntegra nestes dois mil anos, propagou fielmente a todos os povos de todos os lugares e épocas, defendeu de muitos erros de interpretação e interpretou diante de novos contextos e, porém, conservando-se fiel ao ensinamento dos Apóstolos. Este é um dos aspectos que nos dá felicidade ao pertencer à Igreja Católica: sabemos que estamos na mesma fé que vem dos Apóstolos até hoje.

O Senhor mesmo nos garantiu: “Eu estou com vocês até o final dos tempos” (Mt 28, 20); perguntamos: a palavra de Jesus, sua promessa, pode falhar? Além do mais, Ele disse: “Enviarei o Espírito Santo, o qual vos conduzirá à verdade” (Jo 16,13); perguntamos: a ação do Espírito pode falhar? Esta é, portanto, a garantia de que a Igreja de Cristo jamais vai trair a vontade de seu Fundador, que permanecerá fiel a Ele até o final dos tempos sem fazer nenhuma mudança substancial. Esta garantia não se apoia nas capacidades daqueles que fazem a Igreja, mas na própria promessa de Cristo e na ação do Espírito Santo prometido.

Toda a Igreja, governada pelos sucessores dos Apóstolos (os Bispos espalhados pelo mundo enquanto sucessores dos Apóstolos e em comunhão de fé com o Papa), é guardiã da fé. Um dia a fé nos foi transmitida, nós devemos conservá-la e transmiti-la aos outros que virão depois de nós. Imaginemos uma vela que é acesa e que, por sua vez, passa a acender outras com a mesma chama; assim acontece com a fé que atravessou o tempo.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Padre Responde - O Batismo de Outras Igrejas é Válido?

Pergunta: Já ouvi dizer que a Igreja Católica aceita o batismo realizado em outras igrejas, mas não em todas. Quais igrejas tem o batismo aceito pela igreja católica? No caso do matrimônio celebrado em outras igrejas também é aceito pela igreja católica?

Caríssimo leitor,

Os sacramentos são sinais instituídos por Cristo e confiados à Igreja. A ação redentora de Cristo não cessou com a sua morte, ressurreição e ascensão. Cristo continua agindo hoje através exatamente dos sacramentos. Ele quis instituir estes meios para que a sua ação pudesse concretamente chegar até nós. Por meio dos sacramentos, a salvação é objetivamente comunicada a nós; eles são canais da graça.

São sete os sacramentos instituídos por Cristo:
- Três sacramentos de iniciação: Batismo, Crisma, Eucaristia.
- Dois sacramentos de cura: Confissão e Unção dos enfermos.
- Dois sacramentos para o serviço ou comunhão: Ordem e Matrimônio.
                                                      
Por isso dizemos que a plenitude da salvação está na Igreja Católica, pois somente ela possui os sete sacramentos. Dizemos também que a Igreja fundada por Cristo subsiste na Igreja Católica exatamente pelo fato de ela possuir a plenitude dos sacramentos.

Os grupos não Católicos somente consideram Sacramento o Batismo; para eles, não há os outros. Por exemplo, para nós Católicos, a Eucaristia é um Sacramento (ou melhor, O Sacramento por excelência) pois nos referimos às palavras de Cristo na última ceia: “Isto é o meu Corpo... Isto é o meu sangue... Fazei isto em memória de mim”; fora da Igreja Católica muitas vezes são realizadas ceias com pão e com vinho, mas sem o significado que damos sobre a presença real do Senhor.

Nós Católicos entendemos que os Sacramentos são sinais (podemos também dizer “símbolos”) que realizam aquilo que significam. Normalmente um sinal ou símbolo apenas indica para algo, mas não se identifica com o que indica (por exemplo: uma lágrima é um sinal de dor, mas não se identifica com a dor. Uma placa é sinal de que a cidade destino está a 80 Km, mas não se identifica com a cidade); diferente é no Sacramento, pois ele realiza o que significa, se identifica com o que significa ou realiza. Assim, a água do Batismo realmente purifica a alma do batizado etc.

Às vezes, fora da Igreja Católica usam o termo sacramento impropriamente, aplicando-o a outros elementos.

O Batismo é a porta dos sacramentos, necessário para a salvação; por meio dele somos libertados do pecado, somos regenerados como filhos de Deus, somos configurados a Cristo, incorporados na Igreja. O Sacramento do Batismo exige quatro elementos para que seja válido:

a) matéria: água pura.
b) forma: “... eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
c) ministro: Bispo, Sacerdote, Diácono ou qualquer fiel (em situação de emergência – imaginemos, por exemplo, quando em um hospital uma enfermeira batiza uma criança que corre risco de vida ao nascer).
d) intenção: o ministro deve fazer o rito na mesma intenção da Igreja; ou seja, compreendendo o que a Igreja entende pelo ato de batizar.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Padre Responde - O Celibato Sacerdotal

Pergunta: Um homem que sente-se vocacionado ao sacerdócio, mas que na juventude teve um filho que hoje mora com a mãe e tem 12 anos, canonicamente falando-se, pode ser padre?
 
Caríssimo leitor,

Pelo que eu entendi, a pessoa à qual você se refere teve um filho sem ter contraído matrimônio, e este filho ficou com a mãe dele até hoje. Atualmente o menino já tem 12 anos. Esta pessoa hoje se sente vocacionada ao sacerdócio, mas possui dúvidas se, uma vez por ter tido este filho, seria ou não aceito para o sacerdócio.

O fato de uma pessoa ter gerado um filho sem ter contraído o matrimônio não parece ser um impedimento canônico para a recepção do Sacramento da Ordem. Parece que esta foi a situação de Santo Agostinho. Verificamos também que alguns senhores que exerceram o diaconato na Igreja, depois de terem ficado viúvos foram chamados para o sacerdócio e, ao aceitar, foram ordenados, mesmos se estes chegaram a constituir família.


terça-feira, 3 de julho de 2012

Padre Responde - O Divórcio

Pergunta: Padre, tem um senhor que vem sempre conversar comigo e em uma dessas conversas ele me contou o seu sofrimento com a separação. Ele é muito católico e não quer a separação, mas a sua esposa quer. Como devo aconselhá-lo nesta situação?
  
Caríssimo leitor,

Para responder seu questionamento é preciso diferenciar duas situações:

a) A SEPARAÇÃO – significa deixar de viver juntos, mas reconhecendo que o matrimônio, quando validamente celebrado, criou um vínculo entre eles que nada pode dissolver nesse mundo, exceto a morte. A separação não os deixa livres para uma nova união com outrem. Nessa situação, a pessoa separada não estará impedida para receber os sacramentos; mesmo se esta situação não seja a solução para os problemas matrimoniais.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Padre Responde - A Origem da Humanidade

Pergunta: Padre segundo o livro do Gênesis, Deus criou o homem e a mulher - Adão e Eva-, ela teve 3 filhos e a partir daí formou todo o povo, mas como pode ter ocorrido isso se era apenas uma mulher e 4 homens? 

Caríssimo leitor,

Você toca em um ponto muito delicado da nossa fé: Como a espécie humana se propagou a partir do casal original? Estaríamos entre duas possibilidades: houve o chamado “incesto” na origem da humanidade ou Deus teria criado outros casais originais, dos quais os filhos se uniram para propagar a espécie humana? Inclusive, pelo fato de não haver nesta questão uma conclusão satisfatória, parece que ela caiu no silêncio entre os teólogos. Gostaria de chamar a atenção para o fato de que a Sagrada Escritura, nesta questão das origens, não tem a intenção de decifrar todos os detalhes da origem humana histórica, mas de apresentar aquelas questões que são necessárias para a nossa salvação. Por esse motivo, aparecem estas lacunas no que se refere aos detalhes históricos que a Sagrada Escritura não esclarece suficientemente. Em outras palavras, a verdade apresentada pela Sagrada Escritura é salvífica e não científica (histórica).

Isso não significa que estas primeiras páginas da Sagrada Escritura possam ser vistas como mito (elementos não verificáveis na história). Estas primeiras páginas são uma interpretação de um fato que se deu no passado, do qual não temos registro histórico suficiente, mas que interpretamos através dos efeitos, das consequências que experimentamos na atualidade. Constatamos o fato não diretamente, em si mesmo (coisa impossível, seja para a teologia, seja para a ciência), mas indiretamente, através das evidências.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Padre Responde - O Credo

Pergunta - Participando da missa percebi que em alguns domingos são recitados o credo e em outros o símbolo niceno-constatinopolitano, sei que ambos falam sobre nossa fé, mas gostaria de saber porque em alguns domingos é recitado o simbolo niceno e em quais domingos ele deve ser utilizado?

Caríssimo leitor,

A Igreja de Cristo (Católica Apostólica Romana) está espalhada pelo mundo inteiro e desde Cristo até os dias de hoje. Nós formamos uma só família, um só corpo. Através do tempo e em todos os lugares, a mesma fé é professada. Essa comunhão de fé necessita de uma linguagem comum, normativa e que una na mesma confissão de fé. 



A Igreja, desde a origem, se preocupou em exprimir o conteúdo da fé através de fórmulas; é daí que surge o  SÍMBOLO DA FÉ ou CREDO. No início possuía uma forma muito simples,  apenas o “Creio em Deus Pai, Creio em Deus Filho e Creio em Deus Espírito Santo”; era usado como fórmula batismal. Com o passar do tempo o conteúdo essencial da fé foi adquirindo formas mais elaboradas e articuladas. É importante salientar que a Igreja não inventou nada ao preparar estes símbolos da fé, mas tudo é recolhido da Sagrada Escritura. Os pontos mais importantes da fé são colocados no símbolo (ou credo) para que tenhamos a única doutrina da fé, para que falemos a mesma linguagem.

Esta síntese nós chamamos de “profissão de fé” por resumir o que os cristãos professam; também é chamada de “Credo” por causa da primeira palavra, ou ainda é chamada de “símbolo da fé”.