quarta-feira, 20 de junho de 2012

Padre Responde - O Credo

Pergunta - Participando da missa percebi que em alguns domingos são recitados o credo e em outros o símbolo niceno-constatinopolitano, sei que ambos falam sobre nossa fé, mas gostaria de saber porque em alguns domingos é recitado o simbolo niceno e em quais domingos ele deve ser utilizado?

Caríssimo leitor,

A Igreja de Cristo (Católica Apostólica Romana) está espalhada pelo mundo inteiro e desde Cristo até os dias de hoje. Nós formamos uma só família, um só corpo. Através do tempo e em todos os lugares, a mesma fé é professada. Essa comunhão de fé necessita de uma linguagem comum, normativa e que una na mesma confissão de fé. 



A Igreja, desde a origem, se preocupou em exprimir o conteúdo da fé através de fórmulas; é daí que surge o  SÍMBOLO DA FÉ ou CREDO. No início possuía uma forma muito simples,  apenas o “Creio em Deus Pai, Creio em Deus Filho e Creio em Deus Espírito Santo”; era usado como fórmula batismal. Com o passar do tempo o conteúdo essencial da fé foi adquirindo formas mais elaboradas e articuladas. É importante salientar que a Igreja não inventou nada ao preparar estes símbolos da fé, mas tudo é recolhido da Sagrada Escritura. Os pontos mais importantes da fé são colocados no símbolo (ou credo) para que tenhamos a única doutrina da fé, para que falemos a mesma linguagem.

Esta síntese nós chamamos de “profissão de fé” por resumir o que os cristãos professam; também é chamada de “Credo” por causa da primeira palavra, ou ainda é chamada de “símbolo da fé”.

O símbolo da fé contém as principais verdades da fé; é, portanto ponto de referência para discernir quem está na comunhão de fé da Igreja. Ele se divide em três partes que correspondem às três Pessoas da Santíssima Trindade. Cada parte está dividida em diversos artigos; por exemplo: a segunda parte que fala de Cristo apresenta os artigos sobre a unidade dele com o Pai na divindade, sua encarnação, morte, ressurreição...

No decorrer da história da Igreja, foram elaborados diversos símbolos; todos eles coincidem no mesmo conteúdo. Há alguns que são mais completos em conteúdo. Este detalhe é impressionante: é a mesma fé que é professada durante todos os séculos  em todos os lugares. Uma pessoa está em comunhão de fé com os Apóstolos, com a Igreja, quando professa todos os artigos contidos no símbolo de fé.

Entre os diversos símbolos elaborados, dois receberam um reconhecimento maior na vida da Igreja: o símbolo chamado dos apóstolos e o símbolo denominado niceno-constantinopolitano. O Símbolo dos Apóstolos é assim chamado porque é considerado como um resumo da doutrina dos Apóstolos. É também o antigo símbolo batismal usado na Diocese de Roma. Sua importância é porque se trata do símbolo guardado pela Igreja de Roma, aquela onde Pedro, o primeiro apóstolo, teve sua Sé. Pedro que é o guardião da unidade da fé da Igreja. O Símbolo Niceno-Constantinopolitano possui sua autoridade pelo fato de ter sido elaborado nos dois primeiros Concílios Ecumênicos, realizados na cidade de Nicéia (em 325) e na cidade de Constantinopla (em 381). Ainda hoje, ele é o texto comum entre os cristãos do Oriente e do Ocidente.

Nas Missas solenes, após a homilia, costuma-se recitar o símbolo da fé. Não há nenhuma determinação da Igreja sobre qual dos dois textos deve ser usado. Costuma-se colocar o Niceno-Constantinopolitano nos períodos mais fortes da liturgia, como a Páscoa ou Natal. Pessoalmente, seria de opinião que sempre fosse recitado o texto mais completo (Niceno-Constantinopolitano). Inclusive, quando este é recitado na Missa, deve-se fazer uma inclinação com a cabeça quando mencionamos que Cristo se encarnou e se fez homem. Nas celebrações da liturgia do Natal, quando chegamos a esta parte, todos ficam de joelhos e em silêncio por alguns instantes, para adorar o mistério que está sendo celebrado.

Recitar com fé o Credo é entrar em comunhão com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. É também entrar em comunhão com a Igreja inteira.

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