quarta-feira, 11 de abril de 2012

Padre Responde - A Guarda do Sábado e o Batismo por Imersão

Pergunta
Padre, nasci Católica, fui batizada e crismada na infância. Em 1998 redescobri a fé católica por meio da Oficina de Oração, quando me tornei praticante. No ano passado, buscando entender melhor a Bíblia deparei-me com um site de estudos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, comecei a estudar e culminou com meu batismo naquela congregação neste ano. Desde então tenho me sentido sufocada e com vontade de retornar à Fé Católica mas dois fatos pesam: a guarda do sábado e o batismo por imersão, que acredito serem os verdadeiros. Por que a Igreja Católica não guarda o sábado e por que não batiza por imersão? Já pesquisei em diversos sites em busca da resposta bíblica para a mudança do dia do Senhor do sábado para o domingo e não encontro a resposta.


Caríssima visitante do site de nossa Paróquia, que pena que você tenha entrado por este caminho... É um engano pensar que todo material que existe por aí com explicações bíblicas preste. O caminho que você fez é o exemplo. Uma construção pode ser bonita, mas se tem um problema no alicerce, ela se torna uma ameaça para as pessoas que estão dentro dela. Foi o que aconteceu com o protestantismo, pelo fato de se afastar da verdadeira fé, acaba caindo em muitos erros e levando muitas pessoas a eles. Há erros teológicos na base, no alicerce do protestantismo e por isso vemos tantos problemas. Não vou agora explicar tudo, mas me deterei somente nas duas questões que você apresenta.

Antes, é bom recordar que todo bom protestante desemboca, mais cedo ou mais tarde, no catolicismo;  ou seja, aquele que é fiel á sua consciência e procura sinceramente a verdade. É o que vemos em diversos casos, tanto no passado, como nos dias atuais; pensemos por exemplo, em Newman, em Scott Hahn, no Diác. Francisco e tantos outros...

Para responder à primeira pergunta “Por que a Igreja não guarda o sábado?”, recorde que devemos interpretar tudo à luz de Cristo ressuscitado; Ele é o critério de interpretação. Daí, vemos que Ele ressuscitou no primeiro dia da semana (o Domingo), que suas aparições à comunidade dos discípulos se dá no primeiro dia da semana (o Domingo) e que os primeiros cristãos, por este motivo, passaram a guardar o Domingo como dia sagrado e não o sábado. O Domingo, primeiro dia e ao mesmo tempo o oitavo, assumiu para os cristãos o significado que tinha o sábado para os judeus; se tornou o dia da Nova Criação em Cristo e da libertação da humanidade do poder do pecado. Não se trata de mudar a Sagrada Escritura, nem muito menos a Lei de Deus, pois se assim fosse, deveríamos também mudar várias outras coisas para ficar somente com a interpretação do Antigo Testamento. Mas nós interpretamos o Antigo Testamento à luz do Novo Testamento, ou seja, à luz de Cristo Ressuscitado. Você acha que precisa de mais explicações? Contudo, coloco para você este link: http://www.portaldosagrado.com/2012/03/padre-responde-os-dez-mandamentos-hoje.html com um texto que preparei para responder a uma pessoa que tinha me entregue um papel com esta mesma interrogação, sugiro que não deixe de ler. Recomendo também um livrinho escrito pelo Papa João Paulo II, intitulado “DIES DOMINI” (tradução: O Dia do Senhor), você encontra nas livrarias católicas ou nesse endereço internet: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_05071998_dies-domini_po.html

Nesse texto, o Papa explica com detalhes o significado do domingo para nós. Boa leitura!

A segunda pergunta: Por que a Igreja Católica não batiza por imersão?

É errado dizer que a Igreja Católica não batiza por imersão; aqueles que afirmam isso são maliciosos e não conhecem, de fato, a Igreja Católica. O Código de Direito Canônico diz que o batismo pode ser por imersão ou por infusão. Portanto, não há proibição para batizar por imersão. Acontece que na prática da Igreja, prevaleceu o batismo por infusão, acredito que pela praticidade; consideremos também que nem em todos os lugares há rios à disposição.

A Igreja batiza por imersão porque esta foi uma prática adotada pelos próprios apóstolos e pelas primeiras comunidades cristãs. Considere que no dia de Pentecostes em Jerusalém (cf.: At 2,41), 3 mil pessoas se convertem e são batizadas. Sabemos que naquela cidade não há rios, sabemos também que reservatórios de água seriam insuficientes, então, como será que estas pessoas foram batizadas?

A Sagrada Escritura menciona ainda três momentos: At 16, 32-33; At 16, 14-15; 1Cor 1, 16. Nesses momentos que descrevem o batismo realizado pelos apóstolos notamos que este se deu não por imersão, mas por infusão; concluímos isso pelo fato de que o batismo aconteceu em casas ou em prisões, cárceres. Nesses lugares não havia rios, nem riachos para que o batismo fosse por imersão.

Não é a quantidade de água que conta nesse sacramento, mas o que ele realiza através do ato sacramental; o batismo é mais que um banho com água.

Recordemos também que o batismo que Cristo recebeu não é o mesmo batismo que Ele instituiu. O batismo de João era para o arrependimento e não tinha o poder de santificar.

Me permita ainda de dizer como fico impressionado pelo fato de que as seitas fiquem presas a questões tão simplórias. Ficam girando em torno destas questões e não são capazes de ter um olhar mais profundo. Sei que você se interessa pela Verdade, portanto, sugiro mais um livro: “A Igreja do Deus vivo”, de Frei Battistini, da Editora Vozes. Nele você vai encontrar várias respostas a estas questões que as seitas colocam para confundir os católicos. Boa leitura!

Recomendo também que você veja este vídeo no seguinte endereço: 

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